O cenário político do Maranhão já começa a tomar forma para as eleições de 2026, com o governador Carlos Brandão (PSB) atuando de forma estratégica na consolidação de um sucessor. Sem confirmar oficialmente sua intenção de disputar o Senado, Brandão vem direcionando esforços para construir a candidatura de seu sobrinho, Orleans Brandão (MDB), atual secretário de Assuntos Municipalistas.
Orleans tem intensificado sua agenda no interior do estado, dialogando com prefeitos e lideranças políticas locais. Nos bastidores do Palácio dos Leões, ele já é visto como o nome mais alinhado ao projeto de continuidade do atual governo. O fortalecimento do seu nome ficou evidente com a transferência de atribuições das pastas de Infraestrutura e da Caema para a Secretaria de Governo, sob seu comando — movimento que foi interpretado como um "sinal verde" de Brandão para sua eventual candidatura.
Levantamentos recentes reforçam a competitividade de Orleans. Segundo pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, ele aparece com 16,9% das intenções de voto, atrás apenas do atual prefeito de São Luís, Eduardo Braide (32,7%), e do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahésio Bonfim (24,9%).
O projeto de Orleans conta ainda com o respaldo do MDB, presidido no estado por seu pai, Marcus Brandão. Além disso, a aproximação com o grupo Sarney, historicamente influente na política maranhense, garante uma estrutura partidária robusta e tempo de televisão, o que pode ser decisivo na disputa.
Apesar disso, dentro do próprio grupo governista, o nome do vice-governador Felipe Camarão (PT) ainda é ventilado como uma alternativa viável. Camarão, que conta com o apoio do Partido dos Trabalhadores e é próximo ao presidente Lula, enfrenta o desafio de consolidar sua base e evitar o isolamento político diante do avanço de Orleans.
A indefinição sobre o futuro político de Carlos Brandão também pode impactar diretamente a corrida eleitoral. Caso opte por disputar o Senado, como se especula, o governador terá um papel ainda mais ativo na definição de seu sucessor, o que pode consolidar a candidatura de Orleans ou reequilibrar a balança entre os aliados.
Enquanto a sucessão ainda está em construção, as movimentações nos bastidores mostram que o grupo governista se divide entre a renovação representada por Orleans Brandão e a continuidade institucional de Felipe Camarão. As articulações que ocorrerem nos próximos meses serão fundamentais para definir quem irá encabeçar a chapa governista nas urnas em 2026. Texto Silmar Braga .
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