Das 50 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes que registraram as maiores taxas de roubo e furto de celular no ano passado, duas ficam no Maranhão. São Luís aparece na oitava colocação entre as capitais e Timon na décima sétima no ranking ger
Os dados integram o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que foi divulgado nesta quinta-feira (18) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
A cidade que lidera a lista é Manaus (AM), que registrou em 2023 uma taxa de 2.096,3 celulares subtraídos por 100 mil habitantes. Outras capitais integram o ranking: Teresina (PI), São Paulo (SP), Salvador (BA), Belém (PA), Macapá (AP), Recife (PE), Natal (RN), São Luís (MA), Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), Brasília (DF), Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Rio Branco (AC), Aracaju (SE), Maceió (AL) e Boa Vista (RR).
De acordo com informações do anuário, 78% dos roubos de celulares no ano passado ocorreram em vias públicas. No caso dos furtos, 44% ocorreram em ruas e avenidas.
Em relação aos dias da semana, a maior parte dos furtos (35%) ocorreu aos sábados e domingos. Já os roubos são mais frequentes entre terça e sexta-feira.
Os dados indicam que os furtos de celular atingiram homens e mulheres na mesma proporção, mas os casos de roubo vitimaram mais os homens (58% do total). Os jovens entre 20 e 29 anos foram os que mais tiveram aparelhos roubados.
“A análise das dinâmicas associadas aos furtos e roubos de celulares no Brasil comprova a ideia de eles serem crimes de oportunidade e suscetíveis a diversas variáveis de local, horário, poder de compra das vítimas e tipo de dispositivo”, diz o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Posição | Município | UF | Taxa de celulares subtraídos |
1 | Manaus | AM | 2.096,3 |
2 | Teresina | PI | 1.866,0 |
3 | São Paulo | SP | 1.781,6 |
4 | Salvador | BA | 1.716,6 |
5 | Lauro de Freitas | BA | 1.695,8 |
6 | Belém | PA | 1.643,0 |
7 | Macapá | AP | 1.425,7 |
8 | Olinda | PE | 1.423,8 |
9 | Ananindeua | PA | 1.400,6 |
10 | Recife | PE | 1.292,7 |
11 | Natal | RN | 1.265,5 |
12 | São Luís | MA | 1.254,0 |
13 | Itapecerica da Serra | SP | 1.231,4 |
14 | Diadema | SP | 1.208,4 |
15 | Cariacica | ES | 1.153,1 |
16 | Parnamirim | RN | 1.134,1 |
17 | Timon | MA | 1.129,2 |
18 | Poá | SP | 1.102,5 |
19 | Guarujá | SP | 1.094,1 |
20 | Marituba | PA | 1.089,6 |
21 | Fortaleza | CE | 1.089,3 |
22 | Belo Horizonte | MG | 1.089,1 |
23 | Serra | ES | 1.082,9 |
24 | Camaçari | BA | 1.066,3 |
25 | Ferraz de Vasconcelos | SP | 1.046,9 |
26 | Santana | AP | 1.044,4 |
27 | Santo André | SP | 1.005,2 |
28 | Vitória | ES | 1.000,4 |
29 | Simões Filho | BA | 973,3 |
30 | Brasília | DF | 943,4 |
31 | Florianópolis | SC | 940,4 |
32 | Itaquaquecetuba | SP | 931,3 |
33 | Curitiba | PR | 930,7 |
34 | Itanhaém | SP | 927,3 |
35 | Caruaru | PE | 898,9 |
36 | Vila Velha | ES | 898,8 |
37 | Rio Branco | AC | 892,7 |
38 | Aracaju | SE | 886,6 |
39 | São Vicente | SP | 879,9 |
40 | Osasco | SP | 869,7 |
41 | Praia Grande | SP | 849,9 |
42 | Balneário Camboriú | SC | 845,8 |
43 | São Bernardo do Campo | SP | 833,9 |
44 | Maceió | AL | 829,6 |
45 | Taboão da Serra | SP | 811,6 |
46 | Boa Vista | RR | 774,9 |
47 | Mossoró | RN | 769,2 |
48 | Castanhal | PA | 766,2 |
49 | Feira de Santana | BA | 761,5 |
50 | Suzano | SP | 756,3 |
Mortes violentas
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, divulgados nesta quinta-feira (18), apontam para mais um ano de redução nas mortes violentas intencionais (MVI), com 3,4% menos homicídios em 2023 na comparação ao período anterior. Ainda assim, com 46.328 assassinatos, o Brasil mantém uma das mais altas taxas no mundo, com 22,8 casos por 100 mil habitantes – quase quatro vezes maior que o índice global de 5,8, conforme a Organização das Nações Unidas (ONU).
É a primeira vez desde 2011 que o país registra menos de 47 mil homicídios em um ano, de acordo com a série histórica compilada pelos pesquisadores do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Mas os indicadores ainda estão longe dos padrões considerados adequados, como destaca o diretor-presidente do FBSP, Renato Sérgio de Lima. “No Brasil vivem aproximadamente 3% da população mundial, mas o país, sozinho, responde por cerca de 10% de todos os homicídios cometidos no planeta”, salienta.
O Brasil atingiu em 2017 o pico das mortes violentas intencionais – indicador que reúne os homicídios dolosos, os feminicídios, os latrocínios, as lesões corporais seguidas de mortes, as mortes de policiais e as mortes decorrentes de intervenção policial. Naquele ano, foram 64.079 casos registrados, ante 46.328 em 2023.
Como destacam Lima e a diretora-executiva do Fórum, Samira Bueno, de 2018 para cá a queda do número de assassinatos é de 27,7%, mais acentuado do que o observado na América Latina e Caribe (queda de 19,2% entre 2017 e 2022). Mas o Brasil segue com uma taxa de homicídios maior que a média da região: 22,8, ante 19,2 assassinatos por 100 mil habitantes.
Das 27 unidades da federação, apenas 6 registraram alta das MVIs – Amapá (39,8%), Mato Grosso (8,1%), Mato Grosso do Sul (6,2%), Pernambuco (6,2%), Minas Gerais (3,7%) e Alagoas (1,4) – e o Maranhão ficou estável. Todos os demais registraram queda, mas ainda há 18 estados com taxas acima da média nacional: todos os da região Norte e Nordeste, exceto Piauí, além de Espírito Santo e Rio de Janeiro, no Sudeste, e Mato Grosso, no Centro-Oeste.